HANS KÜNG



Por: Priscila Siqueira
(Fraternidade de São José dos Campos e Litoral Norte Paulista)

Queridas irmãs e irmãos da Fraternidade Leiga do Irmãozinho Carlos,

Em 2010, o teólogo suíço Hans Kung alertou sobre os terríveis problemas para a imagem da Igreja Católica, quando casos graves de abusos sexuais contra crianças e adolescentes por sacerdotes católicos foram reportados, ocorridos principalmente nos Estados Unidos, Irlanda e na Alemanha.

 

Conforme esse teólogo, que foi colega do Papa Bento no curso de teologia quando jovens, “naturalmente, o celibato não é a única causa de delitos de conduta como esses. Mas é o mais importante e serve estruturalmente como a maior expressão repressiva da Igreja em relação à sexualidade em geral, uma atitude que também é revelada na questão do controle da natalidade e outros assuntos correlatos”.

 

É sabido que celibato sacerdotal foi adotado na Idade Média, como uma medida para não partilhar as riquezas do clero - e, portanto, da Igreja, com os herdeiros dos padres. O Papa Francisco já afirmou categoricamente que o celibato dos padres, isto é a obrigatoriedade de castidade para os padres, não é uma verdade absoluta, um dogma da Igreja, mas sim, uma regra que pode ser abolida.

 

 Concordo com o teólogo: A Igreja ainda vê a mulher como um animal muito perigoso, pois com sua sexualidade poderia levar o homem ao pecado?! É só vermos o que nos relata Santo Agostinho ou Tomás de Aquino. Ou então, lermos o “Martelo das Feiticeiras”, livro escrito por dois freis dominicanos e que foi muito útil durante a Inquisição... Será que a visão que tinham da sexualidade teve grande mudanças nos últimos séculos dentro de nossa Igreja?…

 

Lembro-me do que relatou um ex-estudante de um colégio Marista. Um irmão Marista foi ao pátio chamar um aluno cuja mãe tinha ido ao colégio e esse irmão, a definiu dizendo: “Uma bruxa tentadora acabou de chegar” …

 

Vejam bem, meus irmãos, quem de nós ouve nos cultos dominiais a mensagem dita por João Paulo I, poucos dias antes de ser encontrado morto: “Deus é mais Mãe do que Pai”?…

 

O resgate do feminino da Divindade tem de ser feito com urgência, caso contrário, o processo civilizatório que vivemos nesse mundo globalizado vai nos levar à destruição total. Um processo competitivo, machista e ganancioso. Processo de civilização que resulta nas guerras (Ucrânia, Faixa de Gaza, conflitos no Continente Africano); desastres ambientais (seca na Amazônia??…); concentração de renda nas mãos de poucos, fome e miséria para multidões... Nossa terra mãe está cansada. Seus filhos marginalizados e excluídos também.

 

Irmãs e irmãos do coração: Que o Movimento de Jesus, do qual fazemos parte, nos de fé e coragem para lutar por uma sociedade mais justa e por uma Igreja não hierárquica, não impositiva, mas amorosa e compassiva com todos nós, seja qual for a determinação sexual que tenhamos.

 

Não era isso que o Irmãozinho Carlos queria????



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