Assembleia Nacional da Fraternidade Leiga Charles de Foucauld do Brasil - 2022

A Assembleia Nacional da Fraternidade Leiga Charles de Foucauld -o Irmãozinho Universal- que ocorreu dos dias 11 a 15 de novembro passado, em Ribeirão Pires, foi sensacional! Isso porque reuniu cerca de 70 pessoas de diversas partes de nosso Brasil, num clima de Partilha, Amor e Esperança.



O Sítio dos Anjos onde aconteceu o encontro, é dos Padres Espiritanos que gentilmente e com todo carinho cederam suas instalações para a Fraternidade Leiga. O padre Patrick com sua calma e tranquilidade, nos recebeu com seu coração aberto e nem reclamou uma vez sequer da confusão e barulho que tanta gente junta acaba fazendo…



À noite do dia 11, muitos participantes começaram a chegar graças à generosidade da equipe de coordenação que se dispôs a buscar gente desde o aeroporto de Guarulhos e Congonhas, até os que vieram de trem da cidade de São Paulo. Aí, começou a mistura de sotaques de todo o País, mostrando como o Brasil é rico de culturas diversas. Havia o sotaque lindo e melodioso de Minas Gerais, que mais parece uma canção; o “TE” bem pronunciado das terras da Paraíba; o sotaque gaúcho de um paranaense; o “TCH” dos cariocas e do Estado do Rio; a fala mansa do pessoal de Goiana e o jeito de se expressar dos paulistas e dos brasilienses. E até mesmo, o sotaque Filipino do Joel, que hoje é um “Barriga Verde” de Criciúma, em Santa Catarina.

 

 

O tema central do encontro foi: Nazaré: Um tesouro escondido no campo. Logo na manhã do dia 12, Daniel Higino, da Fraternidade de Brasília, fez uma bela exposição sobre esse tema. O final de sua reflexão foi muito lindo quando ele lembrou a diferença entre a espiritualidade de Nazaré com a de Jerusalém. A de Nazaré, simples, ligada ao dia a dia do povo, encarnada nas alegrias, sofrimentos e necessidades das pessoas e a de Jerusalém- a do Templo- formal, legalista, presa a ritos e dogmas. “Foi em Nazaré que Jesus foi concebido e nasceu e foi em Jerusalém que Ele foi assassinado”.


O resto desse dia foi de deserto e oração. Para encerrar o dia, à noite fizemos uma hora de silêncio, preces e reflexão na capela do Sítio dos Anjos que é muito bela. Aliás toda a arquitetura local é magnífica e nos lembra a Igreja da Sagrada Família, de Barcelona na Espanha, cujos pilares de sustentação dos prédios são imitações de árvores. Em prédios construídos dentro da Mata Atlântica, como é o caso de Sítio dos Anjos, essa arquitetura tem tudo a haver pois combina com a floresta.


Na ocasião, o padre Patrick lembrou da importância da preservação ambiental, do respeito à Terra Mãe que está ameaçada pelo tipo de desenvolvimento que temos no mundo, que só visa o lucro e não a pessoa humana. E terminou, pedindo-nos o compromisso de atuar, mesmo com pequenos gestos diários, na preservação e respeito ao meio ambiente.


No dia seguinte pela manhã, foi a vez de Priscila, da Fraternidade de São José dos Campos, dar seu testemunho de como encontrou a espiritualidade de Foucauld, ainda na cidade de Lucélia, Alta Paulista. Esta foi a primeira equipe de Fraternidade leiga de todo o Brasil, ainda no início dos anos 60. Depois de Lucélia, de onde foram praticamente expulsos da cidade, a equipe mudou-se para São Sebastião, litoral norte paulista. Aí, a equipe paramédica pôs para funcionar o Hospital das Clínicas local, que chegava a atender pessoas de toda a região até mesmo do sul do Rio de Janeiro.


A apresentação da Fraternidade de Campina Grande, na Paraíba, foi emocionante. Um belo trabalho em uma favela da cidade, tida como violenta e muito pobre. A ação de leigos como a Joana, trabalhando com crianças, de Washington, Dulce, também de outras pessoas da fraternidade e do padre Paulo Sérgio, que mora favela, vêm aos poucos, mudando a vida dessa população carente. Joana é uma verdadeira Show-Woman, que conta “causos”, se faz de palhaça, canta muito bem e lidera a roda de ciranda.

    


Gislene Carvalho, da fraternidade Patriarca, São Paulo, fez a reflexão A Herança de Irmão Carlos: Um tesouro escondido no campo”, sobre os caminhos das fraternidades leigas, nosso compromisso com a Justiça e o Amor a todos, principalmente aos mais excluídos.


O encontro foi todo ele embalado por músicas ao cargo do violeiro, Gerson, vindo de Minas Gerais, da garota Mariana, da fraternidade de Goiás, cantando lindo e o coral que os acompanhava. Festividades na noite do dia 13, quando os talentos ocultos dos membros de nossas Fraternidades foram postos à mostra com cantos, poesias e danças.



No dia 14, tivemos a atividade: Os desafios da Fraternidade hoje. Uma experiência: Visitamos o “Projeto Reciclando de Compostagem”, fruto de um trabalho nas favelas de São Paulo com a parceria do Sitio dos Anjos: Projeto “Laudato Si”.

 


Além disso, visitamos uma Casa Fraternidade, de recuperação para homens com problemas com drogas e álcool, que fica nas redondezas do Sítio dos Anjos, cujo responsável é o frei Anglicano e irmão nosso da fraternidade leiga, José Vicente. Também plantamos uma oliveira no Sítio Nazaré, da Fraternidade, que também acolheu parte dos participantes, onde moram Gilberto e Otília da fraternidade de Ribeirão Pires e que está aberta a todos nós.

  

Esse é um resumo para vocês, queridos irmãos e irmãs, que não puderam participar da Assembleia, para que possam ter uma pequena ideia do que vivemos nesses dias abençoados. AH, sim… a diretoria eleita para coordenar os próximos três anos a Fraternidade leiga em nível nacional, está assim composta por Marcia Sanches Venturi, da fraternidade de Ubatuba-SP e Daniel Higino, da Fraternidade de Brasília-DF.




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