"O SÍNODO"
Meu filho estava passeando por
uma rua de Curitiba, Paraná, neste final de semana, quando um senhorzinho veio
até ele para lhe entregar um panfleto:
- “Pegue esse documento, moço,
é de um cardeal que está denunciando o que estão fazendo nesse Sínodo da Igreja
Católica. Eles querem que os padres se casem, que mulheres sejam ordenadas, que
se dê comunhão para os homossexuais…”
Ao que meu filho recrutou:
- “Mas eu concordo com tudo
isso…”
- “Mas você é contra esse papa
comunista, não é?”
- “Claro que não, sou fã
dele…”
O senhor saiu com o rosto
demonstrando um sentimento de frustração e talvez até mesmo, de incompreensão.
Incrível como há setores de
nossa Igreja que querem que ela seja um museu, como disse o Papa Francisco. E
como disseminam seus argumentos entre o Povo de Deus.
Segundo o Google, “Sínodo dos
Bispos é uma reunião episcopal de especialistas que serve de mecanismos de
consulta do Papa. Os convocados têm a função de debater e fornecer material
para que ele dê diretrizes ao clero, no documento chamado Exortação
Apostólica”.
Francisco está dando seu
sangue afim de trazer a estrutura de nossa Igreja para o mundo atual: um mundo globalizado
onde o que conta é o lucro e não a pessoa humana, onde a maioria das pessoas
passam fome ou mal se alimentam, enquanto uma minoria concentra a grana do
mundo.
Leigos, religiosas e leigas,
participaram no Sínodo. Para alguns, esse fato foi um escândalo. Por vezes
pensamos que a Igreja é um local de reunião da classe média. Pobre e mendigos
só atrapalham.
E quem tem de comandar é
sempre um homem, apesar da maioria que frequenta a Igreja seja de mulheres.
Na paróquia de São Sebastião,
onde eu moro, o pároco, padre Alessandro é muito aberto à população carente da
cidade. Então, já há algum tempo, os mendigos assistem a todas as missas que
podem. Ficam no fundo a igreja.
Porém, há paroquianos que
reclamam, dizendo que agora os mendigos pensam que a Igreja é deles... Que bom
que é! Afinal, não foi com os marginalizados que Jesus mais se envolveu?
As questões delicadas que o
Sínodo se propôs a discutir, foram adiadas para o próximo ano quando vai se
encontrar outra vez.
Tomara que RUAH, o Espírito
Feminino da Divindade, ilumine os católicos para que compreendam que a meta de
Francisco é fazer a Igreja a voltar a ser uma instituição que oferece Amor,
Perdão, Solidariedade, Misericórdia, Compaixão e Empatia com aqueles que não
têm voz, nem vez em nossa sociedade.
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