Mulheres, NÃO!


Por: Priscila Siqueira (Fraternidade de São José dos Campos e Litoral Norte Paulista)

Irmãs e irmãos de nossa Fraternidade,

Para nós é um orgulho que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chame o novo Para Leão XIV de comunista. Para Trump, quem se preocupa com os pobres, excluídos da terra, é comunista. Sua história mostra que para ele, o bom e certo é ser egoísta ao máximo, procurando seus próprios interesses e enriquecendo o mais que der.


Robert Prevost, Leão XIV, norte americano de nascimento, é peruano de coração. Daí conhecer a fundo os dilemas e desafios que povo pobre das periferias do mundo enfrenta no seu dia a dia. O seu compromisso em relação aos marginalizados e excluídos é indiscutível.


Entretanto há uma questão que não fica claro como vai agir no seu novo pontificado. Como cardeal, nosso novo Papa afirmou que a Igreja não é reflexo a sociedade, quando inquirido sobre o papel cada vez maior das mulheres na sociedade. Francisco começou o trabalho de abrir as portas da Igreja às mulheres, não só como frequentadoras e fiéis, mas também com voz ativa nas suas decisões.


A teóloga Ivone Gebara afirma que há na Igreja um “patriarcalismo clerical “. Francisco iniciou uma luta contra ele. Será que Leão XIV vai continuá-la?!


A socióloga da religião da USP, Tabata Tesser, é categórica: ”São as mulheres que limpam, organizam, preparam os espaços litúrgicos, cuidam da catequese, acompanham os idosos, articulam as festas religiosas e mantem viva a dinâmica das paróquias”. Há na Igreja, “uma profunda desigualdade de gênero alicerçada por uma teologia institucionalmente masculinista”.


Nos primórdios do Cristianismo as mulheres tinham um papel muito importante. Apesar de Jesus ter escolhido somente homes com apóstolos (um condicionamento histórico e social...) foi para as mulheres que Ele apareceu pela primeira vez, após sua Ressurreição. Esse é um acontecimento extremamente simbólico!


Trazer a Mulher para os centros de decisão da Igreja será uma tarefe árdua. Mas muitas mulheres engajadas na Igreja já não aceitam mis que homens, teoricamente solteirões e castos, decidam, por exemplo, a sexualidade feminina dizendo o que é para eles, pecado o não.


Sim será uma tarefe árdua, pois o ódio à mulher está incrustado no inconsciente coletivo de nossa sociedade há cerca de três mil anos. Afinal, segundo à má intepretação de Gênesis, foi a mulher que trouxe o mal e a morte ao mundo. Deus só fez o Bem, o Mal é responsabilidade de Eva, a primeira mulher.


Tomara que conceitos como este, sejam revisados nesse Papado. Caso contrário, há o risco de parcelas significativas de crentes-inclusive homens- desanimados com tamanha distorção bíblica, procurem outras searas para construir o Reino de Deus e Sua Justiça no mundo.

 


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